A moda é uma ferramenta de comunicação intra e interpessoal capaz
de transbordar a essência do seu "Eu" reafirmando a personalidade,
intencionalidade e autoestima, portanto, essencial.
(Juliana Rosa)
A subjetividade é um mundo interno que todo e qualquer ser humano
possui. Composto por histórias de vida, culturas, cargas de
pensamentos e experiências pessoais, emocionais e únicas. Juntam-se para compor identidades.
Assim, cada pessoa tem um jeito de perceber, de sentir, se ser e agir diante de diversos
contextos que a vida nos propõe.
Por vezes, exteriorizamos nossa subjetividade através das artes;
desenhos, pinturas, poesias, músicas, danças... Da mesma forma nos
expressamos através da moda, que também é objeto de arte. A roupa que escolhemos, o estilo, as
cores, formas e texturas, tudo é uma questão de relacionament0
intrapessoal e coerência entre o "ser e o parecer", ou seja, entre o que
a mulher gosta de vestir e o que ela pretende comunicar, mesmo que
de modo inconsciente.
Por isso, sempre afirmo que a moda é uma ferramenta de
comunicação com nossa própria personalidade (relação intrapessoal
= eu + eu) e de comunicação com o meio, transparecendo nossa
cultura, crença, valor moral, intenção, posição social ou status, revelando
também estado de autoestima ou até mesmo um estado depressivo
(interpessoal = eu + mundo).
Em contrapartida, o nosso vestuário também pode ser aliado a um
disfarce, uma ilusão social, emocional e comportamental que pode ir
além da dignidade. Acontece quando uma pessoa pretende fingir um
estilo, compor uma figurino a fim de passar uma falsa
impressão/comunicação, o típico "ser o que não é", muito constante em
nossa sociedade, salvo em situações de figurino teatral e em situações
de formalidades sociais, quando, por exemplo, uma pessoa com estilo bem despojado é estimulada a
vestir-se conforme os padrões de instituições e outras ocasiões formais.
Por isso, sempre ganha quem sabe ser transparente. Mente, corpo ,
roupa e aparência em harmonia.
É bem verdade também que a moda impõe alguns padrões, como os
que citei acima, além de nos persuadir dentro de tendências estéticas
que atraem a vaidade, mas, ao mesmo
tempo permite a pluralidade de estilos, a individualidade e a
distinção de grupos sociais, o que favorece a reinvenção das idéias e
recriação das formas, cores, texturas... diante do que a moda propõe.
Entretanto, há uma grande semelhança entre a moda e a mente, ambas
são inconstantes. Durante as fases da vida humana: infância,
adolescência, idade adulta, meia idade... Observamos a maturação
genética do pensamento juntamente com as experiências pessoais.
Assim,o desenvolvimento humano vai se readequando de forma
natural às nossas formas de comportamento e expressão através da
moda. Um exemplo disso é comprovado na adolescência, quando a pessoa
tem a necessidade de chamar atenção, de participar de grupos e
reafirmar que sua personalidade é forte e inconstestável, mas que passa!
Ao fim, saiba que a subjetividade é única mas também pode ser
mutante como a moda. É essencialmente fantástica e linda ao ponto
de te convidar a olhar para dentri de si e descobrir-se romântica,
sensual, tradicional, moderna, prática e objetiva, extravagante ou
minimalista. O importante é ser sempre autêntica e coerente com as
fases de seu Eu.
Autoria: Juliana Rosa